Uma de nossas características mais essenciais da economia brasileira é o fato de sermos um país exportador de commodities, principalmente agrícolas. Ano após ano, nos mantemos nas primeiras posições dos rankings divulgados, incluindo com a soja, que ganhou destaque no ano de 2020. Mas como a alta do dólar influencia na exportação desse alimento? No texto de hoje, vamos abordar melhor essa questão. Fique com a gente!
Alta do dólar na exportação de soja
Baseado em grande parte nas exportações, o agronegócio é um dos setores mais impactados por essas variações na economia. A valorização do dólar pode repercutir de diversas formas no segmento.
Por um lado, quando pensamos nas commodities, que têm um vasto mercado internacional e, por isso, grande parte de sua produção é para exportação, casos de café e soja, a desvalorização do real veio em boa hora, já que facilita a comercialização fora do Brasil.
Nos últimos anos, os exportadores desses produtos observaram uma ascensão nos preços, porém a enorme produção de soja nos Estados Unidos fez com que o valor das commodities caísse vertiginosamente. A alta da moeda americana pode compensar agora parte dessa diferença e permitir que, com o câmbio, as vendas sejam lucrativas ao transformar os valores em reais. Ou seja, empresas que exportam produtos podem vislumbrar na alta do dólar boas oportunidade de lucro. Como gastam em real e recebem em dólar, elas acabam se beneficiando do fato.
Contudo, os resultados positivos não são tão simples assim. Apesar de aumentar o potencial competitivo das empresas exportadoras, a alta da moeda norte-americana não é garantia de lucratividade imediata. É preciso primeiramente recuperar o mercado internacional (perdido durante a valorização do real), o que leva tempo.
Por outro lado, na medida em que a taxa de câmbio se mantém alta, isso acaba sendo repassado para os custos, ou seja, a produção também se torna mais dispendiosa. Essa variação pode impactar mais fortemente produtos que têm exportação limitada e mercado internacional mais restrito.
Além destes pontos indicados, é necessária atenção especial ao gerenciamento de endividamento em dólar. As empresas que estão com grande parte de suas dívidas atrelada ao dólar, porém sem contrapartida em exportações, precisam ligar o sinal de alerta, pois estão extremamente expostas à variação cambial.
Para ter certeza de que é lucrativo exportar soja mesmo com a alta do dólar, é preciso considerar uma boa gestão financeira interna, que desenvolva estratégias para otimizar o fluxo de caixa e enfrentar os desafios. Quanto mais estruturada internamente estiver a empresa, mais possibilidades ela terá de aproveitar as vantagens das variações do dólar e contornar seus obstáculos.
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